O Novo Ano Astrológico


No zodíaco tropical, o começo do ano dá-se com o ingresso do Sol no signo de Carneiro, inaugurando o novo ano astrológico (a 0º de Áries) em pleno Equinócio de Março, quando o Sol cruza o equador celeste, marcando o início da primavera no hemisfério norte.
Suas implicações não se resumem apenas à ‘efeméride’ em si como o dia de Ano Novo a 1 de janeiro, que é apenas uma data como qualquer outra, astrologicamente mais intensa ou não, mas sem nada que a distinga de qualquer outra, com a excepção dos pontos cardiais que marcam o início das estações do ano a 0º de Carneiro, Caranguejo, Balança e Capricórnio, com o ponto vernal de 0º de Áries em destaque como o mais determinante.
Já o ponto de ingresso do Sol no equinócio da Primavera é uma inauguração num sentido mais real do termo, com alto poder preditivo, apontando ao que irá acontecer no novo ano que se inaugura.
Historicamente falando, o ingresso em Carneiro é usado para prever a sorte das nações. De uma maneira ou de outra, estamos sempre sujeitos à conjuntura do mundo à nossa volta, é disso que trata a Astrologia Mundana.
Para o efeito e estando em Portugal, apontemos ao momento em que o Sol ingressa no signo de Carneiro na capital do país, Lisboa, não deixando de ter os olhos postos no mundo.
Temos o Ascendente em Capricórnio, logo o novo ano astrológico é regido por Saturno.
Saturno encontra-se na casa 3 dos media, internet, redes sociais, contactos, aprendizagens, deslocações de rotina, irmãos e vizinhos, aponta-se, pois, a dificuldades nestas áreas.
Sendo o planeta da(s) estrutura(s), e sobretudo dos limites e limitações, Saturno impõe regras e restrições, tende a dizer não em primeiro lugar. É um planeta necessário pelo seu papel rigoroso e estruturante, mas é também bastante limitador, complicativo, problemático, austero.
Todos sabemos que estamos em ano de eleições legislativas recentemente celebradas e eleições europeias a serem celebradas de 6 a 9 de junho.
Sendo Peixes um signo de Água, existe no ar a possibilidade de acidentes aquáticos, o que pode ser nos rios ou nos mares, apontando a casa 3 às deslocações curtas e diárias, meios de transporte por mar, sejam petroleiros e barcos de transporte de mercadorias, barcos de pesca, sejam navios de cruzeiro, podem ocorrer contratempos ou mesmo acidentes.
As águas podem também ser tomadas metaforicamente: a forma (Saturno) como as estruturas de Estado de Governo se estabelecerão estarão sujeitas a mergulhos profundos em águas incertas, amiúde profundas. O resultado por ora, como bem sabemos, é incerto.
As finanças do país também estão regidas por o mesmo Saturno em Peixes, há, no entanto, aqui um aspeto de abundância — coisa que se tem falado bastante nos últimos dias, os cofres cheios — não fosse o signo de Peixes regido por Júpiter, no aspeto harmonioso de sextil, no signo de Touro.
Além do mais, Saturno está bonificado por uma conjunção a Vénus no seu próprio signo de exaltação (Peixes); Vénus que se comunica com Júpiter no mesmo aspecto de sextil, em recepção mútua, o que fortalece os bons auspícios. Há aqui algo de auspicioso e prometedor, que pode estar ligado ao entretenimento e diversão, no que comunicando os aspectos de media e meios de comunicação da casa 3, estando a casa 5 ligada a jogos e espectáculos, podemos esperar aqui algum feito importante nestas áreas.
É importante referir, no entanto, que quase todos os países da União Europeia partilham, com diferentes graus de Ascendente e restantes ângulos, o mesmo jogo de casas, com Capricórnio na casa 1, Peixes na 3 e Touro na casa 5. A ver vamos, mas há mesmo um claro sinal de que muitos de nós nos vamos divertir bastante.
Continuando pelos assuntos da casa 3, podemos falar de nações vizinhas também, como Espanha, podemos pensar na União Europeia. Diferenças à parte, todos parecem navegar em águas incertas e sob as mesmas ameaças.
Chegamos, pois, ao ponto principal com que se joga o tabuleiro de jogo das nações europeias. Falemos na guerra da Ucrânia.
O Sol, como é evidente, está no signo de Carneiro, disposto por Marte em Aquário na casa 2.
Podemos tomar o signo de Aquário como apontando a estruturas sociais e governamentais em larga escala. Aquário, por sua natureza, tenta abarcar tudo, tende sempre primeiro a encontrar consensos, depois… Depois, regido por Saturno, aponta a restrições. Marte, o Deus da guerra, está ali para as combater, para causar fissuras nas mesmas estruturas. É de sua natureza dar luta e causar estragos. Esperam-se manifestações, protestos.
Tendo o Saturno das estruturas governamentais saído de uma quadratura a Júpiter e Úrano vimos os protestos dos agricultores pela Europa fora. Os protestos vão prosseguir.
Por outra parte, no signo de Aquário, os conflitos associados a Marte dizem respeito a ideias, pontos de vista que são fixos o que aponta a uma forte polarização, sendo Aquário um signo fixo, menos flexível do que muitas vezes parece deixar a entender.
Aquário que caracteriza o mundo globalizado, a casa 2 a economia. Signo de ar, podemos implicar literalmente o espaço aéreo, mas também o digital, e aqui também a bolsa e a finança especulativa, talvez mesmo as criptomoedas.
Marte na casa 2 também ajuda a explicar no que estão realmente focadas as finanças dos países. É fácil de ver: para a guerra. Pode contar-se com um aumento nas despesas nas forças armadas, de onde os países tenderão a canalizar 2% do seu orçamento de Estado. O que, claro está, também gerará protestos. Os símbolos abrem-se em suas múltiplas implicações.
Recapitulando, as finanças estão ao serviço da Guerra, os próprios média (casa 3) então sujeitos a esse enredo e parâmetros, seja pela imprensa mais independente seja pela imprensa mais mainstream. Todo o tipo de debates e discussões tendem a delimitar-se bastante por essas balizas. o centro das atenções está nos teatros de guerra, seja na Ucrânia, seja em Gaza.
E ainda não vimos a Lua, que é absolutamente determinante na astrologia mundana e neste tipo de mapas.
A Lua descreve o povo e o Zeitgeist, ou o espírito geral dos povos no seu próprio tempo. Pela Lua conseguimos medir o pulso às nações, perceber para onde as mentes estão viradas e onde andam suas crenças e aspirações. Ora, a Lua encontra-se em Leão, disposta pelo Sol, apontando a líderes e chefes de Estado.
O que faz todo o sentido, por um lado estamos em ano de eleições, por outro há um consenso, ou um consenso mais forte que o habitual, em redor de certas lideranças, o que é mais normal pensando no conflito na Ucrânia, a ordem é cerrar fileiras. ~
A casa 8 da morte e das crises, no entanto também aponta a problemas sérios com as governantes e lideranças. O aspecto de morte e transformação que descreve esta casa pode ser pensado aqui pelas eleições que serão celebradas um pouco por todo o lado. Mas também, num sentido mais literal, com a morte em grande escala, não apenas na Ucrânia, como também na Faixa de Gaza, o que tem gerado protestos, angustia e descrença nas populações europeias.
Podemos também ver que há aspecto de trígono entre a Lua e o Sol, o que por um lado aponta a uma aceitação das lideranças, repare-se que é um aspecto separativo, o que talvez vaticine a despedida de certos líderes,s, provavelmente através de eleições, mas quem sabe se as guerras em vigor não terão nisso alguma influência.
A própria casa 7 na astrologia mundana refere-se aos negócios estrangeiros, aqui disposta por esta lua fixa no signo de leão, na casa 8, sublinhando este padrão de morte e consequente crise, angustia e inevitável transformação das paisagens geográficas, humanas e sociais. Vê-se a mente ou alma das nações (Lua) disposta por lideranças inflexíveis (Lua em Leão) na casa das crises, morte e transformação (casa 8).
O que não é o caso deste mapa de ingresso, que é até bastante explícito. O padrão é marcial, o perigo está presente, o que deve ser visto como sinal de aviso, mas também como uma boa tradução da realidade em que nos temos encontrado.
Marte parece impor-se aos demais planetas e deuses planetários. Será? Para já estamos em época de eclipses, do primeiro a uns poucos dias de distância, o Nodo Norte em Carneiro aponta o incremento da discórdia, enquanto o Nodo Sul em Balança manda dizer que não estamos em tempos de diplomacias.
A 8 de Abril o eclipse será nos Estados Unidos da América, onde mais se produzirá o seu impacto. Aqui também estamos em ano de eleições. As mais importantes no Ocidente, há até mesmo quem considere, em jeito de piada mesmo como as eleições da Capital do Império.
A possibilidade de diálogo e entendimento é, pois, deixada para trás (Nodo Sul em Libra), a vontade de guerrear ganha força (Nodo Norte em Aries). No último eclipse solar iniciou-se o massacre em Gaza, mais desenvolvimentos se esperam. Com Mercúrio conjunto ao Nodo, é possível que aumente o tom da ameaça e confronto nesta fase. Também é um facto que mercúrio está quase a tornar-se estacionário e entrará em breve em movimento retrógrado. Poderá haver uma reflexão de atitudes tomadas, confusão e mensagens trocadas, com eclipse do sol dia 8 de abril já podemos contar com este factor a acrescentar mais nevoeiro a uma realidade já de si nebulosa. É importante sublinhar também que aqui Mercúrio rege o setor da Saúde Pública (casa 6), e da diplomacia, ensino superior e instituições religiosas (casa 9).
Para complicar o quadro, o Meio do Céu encontra-se no signo marcial de Escorpião, onde Marte é ainda mais forte. e tivermos em conta o sistema de signo-casa, este encontra-se na casa 11 do parlamento, poder legislativo, gabinetes ministeriais, conselheiros de Estado e partidos políticos. A conjuntura é incerta, mas pode-se esperar aqui uma liderança reforçada do primeiro-ministro recentemente eleito.
Importante também notar que nenhum dos benéficos está configurado com este ingresso do Sol no signo de Carneiro. Nem Saturno, dos planetas maléficos. Nem Neptuno, nem Úrano. Contamos, pois, mais uma vez, com o Marte da guerra, e Plutão da alta corrupção governamental e corporativa e das armas atómicas.
Por outro lado, o benéfico mais dignificado (Vénus exaltada em Peixes) está cercado entre Marte e Saturno, o que periga algumas causas de igualdade e direitos das mulheres, o que num signo fértil como o de Peixes pode prever um eventual retrocesso em causas reprodutivas como adoção e interrupção voluntárias da gravidez, ou do referendo aborto, ou por outro angulo, num desinvestimento no sector da Cultura.
Num sentido mais tradicional temos o ingresso do Sol em Carneiro num dia de Marte (Terça-feira), sublinhando ainda mais esta tónica de turbulência, confronto, agressão, desafio, combate; mas também dee coragem, valentia, intrepidez, disciplina, autodomínio.
Como tanto na vida, este poder pode ser usado das duas maneiras, e tem em si o seu antídoto. Além do mais, caindo na hora de Júpiter, há aqui um certo atenuar, algum equilíbrio, uma nota de temperança.
Já falando dos Estados Unidos, União Europeia ou Rússia tanto o dia como a hora calham tanto no dia como na hora de Marte, o que acentua ainda mais fortemente o tom bélico desta previsão. Mas também, claro está, o seu antídoto, o seu remédio, as suas forças construtivas, canalizadas para o bem comum não para a destruição da espécie.
Estando num signo cardinal esta previsão tem a validade mínima de três meses.